¡Chespirito por siempre!

¡Chespirito por siempre!

domingo, 21 de abril de 2019

Avenida Cinquentenário, velhos tempos




Lembro bem daquelas tardes, pés descalços, uma bola, a avenida asfaltada com paralelepípedos, um bando de moleques sem camisa e muita diversão. Passávamos a tarde e muitas vezes o início da noite jogando nosso futebol, algumas das vezes um de nós era sorteado a chutar o chão e levar pra casa um ‘samboco’ de dedo a menos, era muita dor, mas era espetacular, já fui algumas vezes o sorteado. Mainha gritava lá de dentro me chamando pra jantar, às vezes meu querido vovô João que o fazia. Leite, ou café no copo, outras vezes era chá de capim santo, uma delícia diga-se de passagem. Muitas vezes jantávamos, tomávamos banho e mais tarde nos reuníamos novamente na famosa avenida para brincar de pai da rua, pique lata, esconde-esconde, pique congelou, pega-pega, queimado e tantas outras coisas coisas ou simplesmente só sentávamos para conversar sobre qualquer coisa e passávamos o resto da noite ali na calçada. A noite era uma criança, toda aquela molecada junta fazendo coisas de moleques da década de 90 e início da de 2000. Nossa maior preocupação era saber se iríamos para escola no outro dia ou se iríamos inventar alguma doença para ficar em casa vendo Teletubbies ou Dragon Ball enrolados no lençol e no frio matinal da terrinha. E aos poucos as coisas foram mudando, fomos crescendo, nos afastando, nos decepcionando, amadurecendo, amando, sofrendo, namoramos, separamos, casamos, sorrimos, choramos, abraçamos, perdoamos, brigamos, nos despedimos, dizemos adeus e dizemos olá, fizemos coisas que depois nos arrependemos, mas mesmo assim, acima de tudo, vivemos, e continuamos fazendo isso com êxito. Cheios de saudade e boas lembranças, cheio de nostalgia, mas também cheios de histórias, maravilhosa histórias pra contar. Dessa Avenida que tanto amo, hoje, mais uma vez, venho parabenizar essa cidade por mais um ano de entronizo e dizer que a amo muito, mesmo hoje ela estando tão incompleta como nunca esteve...

Parabéns Macaparana pelos seus 88 anos de emancipação política!




In memory de


Zuleide Maria da Silva Ferreira (✝04/12/2018)
Maria Francisca da Conceição (✝20/02/2019)
João Félix do Nascimento (✝26/03/2019)


R.I.P


(Carlos F. Jr.)

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

A m é m, A m o r!


Era março quando os dois mundos tão diferentes se cruzaram, mês de chuvas esporádicas que serviam para regar pequenas plantas que logo se tornaria uma majestosa floresta. Os dias passavam e aos poucos a essência de ambos se mostrava tão idênticas, que até assustava quem convivia, mas para eles era fascinante.  

A Panda tinha um coração enorme, mas que, para ela, a maioria a sua volta não merecia descobrir isso. O Palhaço sempre com sua insegurança em tudo, já ela sempre segura nas suas palavras e no seu olhar, ou pelo menos, era o que demonstrava. 

Era estranho para a Panda ver em alguém, basicamente, tudo que sonhou, tudo mesmo, até os defeitos eram belos, que louco isso. Mas ela não conseguia parar de sonhar com eles.

O Palhaço se esquivava das investidas, sem sucesso, da Panda e todos que rodeavam eles, imploravam para ela desistir, ele não queria nada com ela aparentemente. Mas se ela não lutasse por seus sonhos quem o faria? Mesmo com todos, inclusive o Palhaço, dizendo não, ela não desistiu e foi até o fim, usando todas as mais belas palavras, as mais fortes investidas, as mais sérias brincadeiras, os mais doces toques e os mais sinceros abraços.

O Palhaço se deixava envolver aos poucos sem nem perceber e a Panda sentia isso, ela era esperta, e só ficava mais em cima. Certa vez, ela tentou, também sem sucesso, desistir, mas algo não a deixava. E em um dia qualquer já sem esperança e sem motivo algum o Palhaço deu-lhe um selinho. A reação dela foi nenhuma, ele o fez e saiu, deixando-a sem palavras, com o coração palpitado com força e os olhos brilhando.

No dia seguinte, o Palhaço deu-lhe um beijo daqueles e disse que ele já queria fazer isso a tempo, mas que sua insegurança não permitia, mas que ela o deixou seguro de, assim como ela, lutar por seus sonhos. A força da Panda deu força ao Palhaço de se decidir pelo que sentia e desejava.

Ela era muito verdadeira no que dizia sentir e até chorou ao falar deles para amigos próximos, até brigou quando falaram mal do seu Palhacinho, até sorriu quando ele fez palhaçada e ela tava triste, até ficou brava quando ele pisou na bola, até o abraçou quando ele precisou, até o amou quando não mais existia amor.

Ela o escolheu por razões de essência, pelo o bem que ele fazia a ela, pela paz que ele trazia. Ele a escolheu por ser tudo o que sempre sonhou, também pelo bem que ela o fazia, mas por fazê-la verdadeiramente feliz pelo simples fato de ser ele de verdade.

Aos poucos o Palhacinho se tornou um ninja, na verdade um Palhacinho ninja, pois conseguia fazê-la ri e a protegia ao mesmo tempo. Mas de poquinho em poquinho ela o transformava mais, o completava e ele se tornou incrível, o Sr. Incrível. A Panda, com sua grandeza, fez jus a sua escolha e sem muitas complicações se tornou a Mulher Maravilha. Para eles o tempo que estavam juntos não importava, a intensidade do que viviam, sim, importava pra caramba, eles eram extraordinário, eram sua própria referência.

Ele se sentia confiante pra ser ele de verdade, mostrar e abrir seu coração sem medo. Com verdade no coração e nas palavras, o Sr. Incrível se ajoelhou antes de dormir e fez sua oração, coisa que não fazia a um bom tempo, seu agradecimento era tão sincero que lágrimas de felicidade rolava do seu rosto, coisa que jamais havia acontecido, ele agradecia pela incrível Mulher Maravilha que Deus havia o presenteado.

Toda energia positiva rondava aquele casal, era bonito de se ver. O Sr. Incrível certa vez, pegou um papel, uma caneta e escreveu:

Minha mulher maravilha, não precisamos de multidão ou holofotes ou aprovações, precisamos lutar por nossa história, porque mesmo estando muitos perto, conhecem, convivem, mas quem sabe da gente, somos nós e apenas nós e Deus, é claro! Diante de tantos altos e baixos, caminhadas e quedas, conquistas e perdas, decisões fáceis e difíceis, estamos aqui. Desde julho minha vida tomou um rumo que há anos esperava, você me transformou em um ser melhor. Quero ser teu sonho incrível, ser o pai dos teus pinguinhos, aqueles que vão rabiscar a parede, o chão com giz de cera, que vão deixar os brinquedos espalhados pela casa toda, que vão chorar de madrugada e vamos ter que acordar, mesmo cansados do dia, e colocar pra dormir, que vão nos obrigar a ter dois copos e a mamadeira na mesa e eu sei que nossas vidas não serão as mesmas. Eu consegui dar a minha mãe a melhor nora que esse mundo ofereceu e estou satisfeito e grato por tudo que você é, por tudo que somos. Brigaduuuuuuuuuu por tudo que você me proporciona sentir, é incrível. Somos intensos, parece que nos conhecemos a anos e quem se importa com as probabilidades? Nossa maior força é do tamanho da vontade que teremos de lutar por nosso amor. Eu quero acordar do teu lado toda manhã, quero que você seja a última coisa que eu veja antes de dormir, quero nossas crises, nossas brigas, nosso crescimento, tudo que um casal merece. Minha Mulher maravilha me dê a honra de lhe chamar de minha esposa. Quer casar comigo?’ ... (Carlos F. Jr.)

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

11:59 am



"Era perto das 10:30 da amanhã, mas precisamente 10:27, ela estava na cozinha com seu avental preferido, preparando nosso almoço. Eu a admirava de longe, ria dos seus trejeitos, de suas tentativas fracassadas de colocar o cabelo para trás, com suas mãos sujas, quando o mesmo caia em seu rosto. Falando em cabelo, o seu era encantador. Tava cansado de a admirar e fui até lá perto dela. Ajudá-la? Não, claro que não! Precisava atrapalhar um pouco. Caminhei sorrateiramente até lá, ela me perguntou o que eu queria, eu respondi dizendo que não queria nada. Fui até a panela e abri, tasquei o dedo lá dentro para experimentar. Ela deu um grito que, confesso, me assustou. Dei uma risada disfarçada e continuei abrindo as outras panelas e fazendo o mesmo. Ela se enfureceu e pegou a colher de pau e correu atrás de mim para meter na minha cabeça, ela estava falando sério, corremos pela sala até eu tropeçar e cair próximo do sofá no chão mesmo, ela parou na mesma hora e perguntou se eu estava bem, ela era meio amarga, mas era um doce. Seus cuidados eram o máximo, em um determinado momento ela chegou pertinho do meu rosto para ver se eu me machuquei, juro que naquele momento eu iria beijá-la, quando o cheiro forte de queimado a distraiu e a fez correr até a cozinha. Ainda bem que era só a panela vazia que ela havia colocado para fazer o macarrão. Em questão de minutos ela terminou o almoço. Abri um vinho que gostávamos e almoçamos. Eu poderia pedir pra namorar, ou pelo menos pra ficar, ou mais ainda pra ela ser minha esposa... Mas acho que o destino não quer nos permitir isso, queremos, mas algo nos impede. Minha mente pensava tudo isso, quando uma voz lá no fundo me obrigava a lavar a louça, era mais que justo, depois dela ter feito todo o almoço. Eu disse, ‘lavo se você enxugar e guardar’. Ela concordou. Enquanto lavava, enchi minhas mãos de água, sacudi em seu corpo... A cozinha ficou totalmente molhada, parecíamos duas crianças. Mas nossos momentos eram sempre marcantes e especiais. Depois arrumamos tudo e fomos ver um filme de terror, terror não, eles eram muito óbvios, foi um de suspense, eram nossos preferidos." (Carlos F. Jr.)

sábado, 27 de janeiro de 2018

How are u


“Você já fez aquela pergunta rotineira alguma vez? ‘Você está bem?’ E então a outra pessoa te respondeu que ‘sim’, mas na verdade ela estava péssima, só respondeu o ‘sim’ por educação e, talvez, para não te preocupar. Você consegue olhar no fundo dos olhos dela? E consegue ver o quanto seu olhar é tristonho? Você consegue notar? E se ela precisasse apenas de um abraço seu e não pedisse? Você seria capaz de ajudá-la? Às vezes pensamos que não, mas somos de uma importância sem igual para alguém e nem notamos.” (Carlos F. Jr.)

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Fim do mundo

"Era uma vez um moço e uma moça que moravam em um lugarzinho lá longe. Era 31 de dezembro, perto do meio dia, um dia bastante ensolarado, tudo estava tranqüilo. Sem um motivo aparente, o chão começou a tremer muito forte; o céu começou a ficar cinza, como se fosse chover muito forte; as pessoas corriam desesperadas pelas ruas da cidade; os animais estavam agitados e desnorteados. Tudo um desastre. O moço logo saiu ao encontro da moça, ele deixou tudo pra trás, parecia um corredor, quanto mais corria, mais cansava, estava muito distante ainda. Ele só queria ver a moça antes do fim. A cidade estava um desastre, ele não se importava, não parava de correr, nem olhava para trás. Ele viu que não iria conseguir, então teve uma ideia, último pedido, fechou bem os olhos e pediu a Deus um par de asas, ele queria voar até onde estava a moça. Foi atendido, as asas foram saindo em suas costas, ele então as bateu e começou a voar, um voo meio desordenado, mas chegou até seu destino rapidamente, quando aterrissou as asas foram sumindo aos poucos. Ele entrou na casa da moça, ela estava bastante assustada, então ele a agarrou e lhe deu um beijo bem intenso e demorado, como se não houvesse o amanhã, e de fato, não haveria. Quando terminou aquele beijo, suspirou fundo como um alívio e disse: vai mundão, agora pode acabar!" (Carlos F. Jr.)






Obs: Texto inspirado na música 'PAR DE ASAS' (Bruno Caliman/Felipe Duran), interpretado por Marcos e Beluti.

domingo, 27 de agosto de 2017

Amor platônico

"Você pode passar dias pensando em alguém e passar horas imaginando se ela pensa em você da mesma forma. Você acorda e dorme pensando nela. Cria sonhos, acredita que o sentimento possa ser real, mesmo que seja por alguns segundos, o encontro parece ser mágico. O toque dos lábios parece ser indescritível. Mas, no fundo, você sempre tem a certeza que aquele amor, aparentemente destinado para você, você jamais poderá ter." (One Tree Hill)

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Amor como vinho



"Um bom vinho bem degustado é algo sensacional. Uma, duas, três ou até mais canecas ou taças saboreando-o lentamente. Uma, duas, três ou até mais noites embriagando-se. Mas para se ter um vinho tão bom requer tempo e cuidados. Tempo para ficar mais saboroso e cuidados para não embriagar-se demasiado. Parece que quanto mais bebo do meu vinho predileto, mais desejo-o intensamente. Ainda me lembro aquela vez que tomei-o pela primeira vez, um vinho tinto estupidamente gelado e bem saboroso, já era noite e tentei embriagar-me o máximo que pude. Quanto mais tomo doses desse vinho que é você me sinto sobre o efeito da paixão, embriagada no teu jeito, viciada no teu sorriso, dependente do teu beijo, presa no teu olhar e cada dia que se passa estou bêbada de te querer mais e mais." (Rossana Maximino / Carlos F. Jr.)