¡Chespirito por siempre!

¡Chespirito por siempre!

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Fim do mundo

"Era uma vez um moço e uma moça que moravam em um lugarzinho lá longe. Era 31 de dezembro, perto do meio dia, um dia bastante ensolarado, tudo estava tranqüilo. Sem um motivo aparente, o chão começou a tremer muito forte; o céu começou a ficar cinza, como se fosse chover muito forte; as pessoas corriam desesperadas pelas ruas da cidade; os animais estavam agitados e desnorteados. Tudo um desastre. O moço logo saiu ao encontro da moça, ele deixou tudo pra trás, parecia um corredor, quanto mais corria, mais cansava, estava muito distante ainda. Ele só queria ver a moça antes do fim. A cidade estava um desastre, ele não se importava, não parava de correr, nem olhava para trás. Ele viu que não iria conseguir, então teve uma ideia, último pedido, fechou bem os olhos e pediu a Deus um par de asas, ele queria voar até onde estava a moça. Foi atendido, as asas foram saindo em suas costas, ele então as bateu e começou a voar, um voo meio desordenado, mas chegou até seu destino rapidamente, quando aterrissou as asas foram sumindo aos poucos. Ele entrou na casa da moça, ela estava bastante assustada, então ele a agarrou e lhe deu um beijo bem intenso e demorado, como se não houvesse o amanhã, e de fato, não haveria. Quando terminou aquele beijo, suspirou fundo como um alívio e disse: vai mundão, agora pode acabar!" (Carlos F. Jr.)






Obs: Texto inspirado na música 'PAR DE ASAS' (Bruno Caliman/Felipe Duran), interpretado por Marcos e Beluti.

domingo, 27 de agosto de 2017

Amor platônico

"Você pode passar dias pensando em alguém e passar horas imaginando se ela pensa em você da mesma forma. Você acorda e dorme pensando nela. Cria sonhos, acredita que o sentimento possa ser real, mesmo que seja por alguns segundos, o encontro parece ser mágico. O toque dos lábios parece ser indescritível. Mas, no fundo, você sempre tem a certeza que aquele amor, aparentemente destinado para você, você jamais poderá ter." (One Tree Hill)

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Amor como vinho



"Um bom vinho bem degustado é algo sensacional. Uma, duas, três ou até mais canecas ou taças saboreando-o lentamente. Uma, duas, três ou até mais noites embriagando-se. Mas para se ter um vinho tão bom requer tempo e cuidados. Tempo para ficar mais saboroso e cuidados para não embriagar-se demasiado. Parece que quanto mais bebo do meu vinho predileto, mais desejo-o intensamente. Ainda me lembro aquela vez que tomei-o pela primeira vez, um vinho tinto estupidamente gelado e bem saboroso, já era noite e tentei embriagar-me o máximo que pude. Quanto mais tomo doses desse vinho que é você me sinto sobre o efeito da paixão, embriagada no teu jeito, viciada no teu sorriso, dependente do teu beijo, presa no teu olhar e cada dia que se passa estou bêbada de te querer mais e mais." (Rossana Maximino / Carlos F. Jr.)

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Polidoro, DXC

Era uma noite de domingo chuvosa, a tempo que não via a pequena Recife daquele jeito, mais exatamente nove de julho de 1917. Eu acabara de chegar de viagem e convidei-a para sair. Ela estava um tanto descontente comigo, há exatamente uma semana desonrei um convite que a mesma havia feito a mim. Todavia, como uma perfeita dama, ela aceitou meu convite, ainda meio enfurecida. Uma rua pouco clara, cheia de água por conta da forte chuva, mas que habitava um dos melhores restaurantes da cidade. Minha carruagem foi mais rápida que suas pequenas pernas e cheguei primeiro, aguardei por uns minutos, um pouco ansioso, confesso, havia tempo que não a via. Estava sentado quando ela chegou, levantei-me como um bom cavalheiro e a cumprimentei. Havia esquecido de quanto sua companhia era agradável, mas ela era uma pessoa rude, isso era notável. Muitas e muitas vezes ela fazia uso de palavras mordazes, porém nada me incomodava, pelo contrario, era fascinante. Conseguimos ficar quase trinta minutos sem brigar, já eu não conseguia parar de cortejá-la por um minuto. Depois de algumas horas de conversa e um bom jantar, ofereci-me para acompanhá-la até sua casa, com seu jeito rude, ela aceitou. Antes de subirmos na carruagem, como um bom cavalheiro, fiz duas tentativas de beijá-la, ela por sua vez, recuou. Na terceira tentativa, fui mais ousado e agarrei-a pela cintura e puxei seu corpo com jeito, percebi que ela queria também, porém sem entender muito, mais uma vez, recuou. Seus olhos me diziam que sim, mas seu corpo disse não. Fomos então, até sua casa, perto de lá minha carruagem quebrou, não tinha como voltar, e não queria insistir em tê-la naquela noite. Assim, pedi que ela me emprestasse sua carruagem e ela o fez. Dei-lhe um forte abraço e fui embora, não houve mais nenhuma tentativa. Naquele último abraço, em meu ouvido baixinho ela revelou sua vontade de beijar-me, mas que não era o momento ainda. Apenas sorri. Uma perfeita dama, mesmo sendo rude e mordaz muitas vezes, com sua serenidade. Descobri naquela noite que para tudo existe a hora, o dia e o lugar. Fui para casa e dormi ouvindo a chuva cair. (Carlos F. Jr.)

quinta-feira, 6 de julho de 2017

I wanted




Eu queria estar no inverno rigoroso em algum lugar desse mundo que fizesse bastante frio. Com a chuva ou neve caindo lá fora. Eu sentado em frente a lareira tomando umas canecas de vinho, no fundo uma música baixinha só para completar o clima agradável. Seus filhos, meus filhos ou nossos filhos no quarto brincando ou estudando, fazendo silêncio ou barulho, isso não importa. E você... Ah, você! Você eu queria toda agasalhada e, mesmo assim, morrendo de frio me implorando pra te esquentar. É pedir ou sonhar muito? (Carlos F. Jr.)

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Avenida Cinquentenário




Eu queria poder ter visto aquele senhor chegar
Sem pretensão de ali morar
Ver as coisas tudo fora de lugar
E quando ainda era Macapá

Eu queria poder ter visto a cidade nascendo
O povo surgindo, as carroças chegando e as casas crescendo
Ver os primeiros lutando, caindo e no final vencendo
E as crianças brincando, sorrindo e colhendo

Eu queria poder ter visto a vila do alto
A simplicidade do inicio, eu ressalto
Ver também as ruas sem asfalto
E até mesmo os cangaceiros fazendo assalto

Eu queria poder ter visto os primeiros chuviscos
Molhando a terra sem deixar risco
Ver o saudoso Zé Chico
E agradecer por tudo sem fazer fuxico

Eu queria poder ter visto a economia voar
A cidade brilhar
Ver o povo sonhar
E a até hoje se alegrar

Eu queria poder ter visto...

Visto aquela avenida nascer
Onde eu pude crescer
E de lá pude amadurecer

Avenida de onde hoje eu parabenizo
Essa terra por 86 anos de entronizo
Amo essa cidade, ainda enfatizo


(Carlos F. Jr.)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Rita das Ritas

Estrada da vida


        Você caminha em uma longa estrada há tantos anos e nesse tempo encontra pessoas, vive momentos, chora, sorri, se alegra, se entristece, sente dor e prazer, são tantas coisas que nem da pra listar. Em uma curva dessa estrada pessoas chegam, você conhece novas pessoas e nesse mesmo ponto outras partem, as pessoas próximas acabam sumindo nessa estrada tão longa. Mais a frente você se depara com outra curva, nela pessoas nascem, que felicidade, que magnífico, sensacional; dois passos à frente, outra surpresa, você ver pessoas morrerem, em um momento você pensa que nada mais fará sentido, então, o outro dia chega, nada melhor que um dia depois do outro. Afinal, amanhã é outro dia, não é? Que estrada longa, as vezes da vontade de correr pra ver se ela fica mais curta, mas nada adianta. Estrada de tantos encontros e desencontros, de tantas mortes e nascimentos, alguns passos um tanto desnorteado, você acaba se esbarrando em uma mulher, olhos de esmeralda, cabelos de ouro, pele de nuvem, um sorriso maroto e cativante, uma coisa linda de se ver, com quase meio século de existência, idade de ser uma mãe e é isso que você sente, um amor de filho e mãe. Alegria; emoção; loucura, muita loucura; carinho, cumplicidade entre tantas outras coisas são algumas qualidades que lhe é de direito. Agora nessa estrada, as coisas parecem que ficaram mais belas, você deseja que essa estrada se estenda mais ainda, sem pressa, sem preocupação você caminha agora. Algumas vezes ela some e essa estrada volta a ficar sem muita graça, mas daí ela surge novamente, com muito mais amor, com um abraço caloroso e forte, muito forte, e um ‘eu te amo’, ela não sabe o quão bem faz, o quanto tudo isso importa, o quanto tudo faz sentido. Seu nome é Rita, eu a chamo de tia, mas poderia chamar de mãe sem problema algum. Rita das Ritas! Não é sobre o tanto que recebe, mas sim, o tanto que você dar. 

(Carlos F. Jr.)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Faz parte sentir saudade...

              
Foto: Instagram @macaparanalovers

                      Tic... Tic... Tic... Tic... Tocavam os ponteiros do relógio lá na sala, em uma madrugada silenciosa, naquela casa na Avenida Cinquentenário. Ansioso para o outro dia, eu não conseguia pregar os olhos por mais que alguns minutos, dormia e acordava todo o tempo. No segundo quarto dormiam minha irmã do meio e eu; no último, minha irmã mais velha e no primeiro, minha mãe e meu padrasto.

             Algumas horas mais a frente, minha mãe me balançava, depois daquela noite ruim, ‘acorda Júnior, olha a hora de ir para escola.’ Depois das férias, era o dia de voltar as aulas. Já havia comprado o material escolar, naquela época era a melhor coisa do mundo, comprar o material, sentir o cheiro dos lápis, caderno, mochila, caneta, borracha todos novos. Mas dessa vez, isso não era o que me deixava mais empolgado, e sim, o fato de que iríamos para a escola nova. Depois de quatro anos na escola Maria Emília Cavalcanti de Melo, eu iria para a escola dos sonhos, todos desejavam estar lá, eu desejava. A escola Creusa de Freitas Cavalcanti.

               Dei um salto da cama animado com essa novidade, tomei meu café da manhã, pão francês com ovo e um copo de café. Tomei banho, escovei os dentes e me arrumei, coloquei a mochila nas costas e fui ao novo horizonte. 'Bença, mainha', eu falei sorridente. 'Deus te abençoe, meu filho', minha mãe respondeu me dando um beijo na testa. Era bonito de se ver, as ruas de Macaparana cheias de estudantes indo para o primeiro dia de aula. Se não me engano, naquele tempo, nós escolhíamos a turma que iríamos fazer parte, e eu estava feliz por meu melhor amigo, César, ficaria na mesma sala que eu, nos conhecemos na 3° série, lá na escola Maria Emília Cavalcanti de Melo e de lá até hoje somos bons amigos, nossa professora era tia Rosilene, que mais a frente na 6° série, iria nos ensinar ciências na nova escola.

               Nossa turma seria a 5° série A, era a primeira sala da escola, ao lado da diretoria. Que escola linda, estávamos felizes pra caramba. Não me recordo ao certo todos da sala, era muita gente, mas tinham além de César e eu, Cinthia, Priscila, Ailton, Camila, Thaysla, Karol, Jessica, Josinaldo, Givanildo, Glaucea, Claudemir, ah caramba, era muita gente mesmo. Outro bom amigo meu, ficou na sala ao lado, 5° série B, Rildo era seu nome, meu vizinho e um amigo inseparável, quando digo que éramos inseparáveis, éramos mesmo, nascemos até no mesmo dia. Alguns dias depois, com ajuda de sua mãe, que era professora de lá, ele acabou mudando de turma e vindo para nossa sala.

                Conhecemos de um a um os professores, difícil lembrar todos eles, mas alguns lembro com dificuldade. Auxiliadora, era nossa professora de português, ela era bem baixinha; Marizalva, era professora de ciências, marcante por sua voz fina e esganiçada; Jacira, era professora de geografia, uma das professoras mais chatas de toda minha vida acadêmica, mas uma das que tenho maior carinho e até hoje quando a encontro falo sorridente, professores assim marcam; tinha a professora de inglês também, que não me recordo seu nome, começava com "E". Até a quarta série era um único professor que ministrava todas as aulas, na nova escola, era um professor para cada disciplina, por tanto, eram muitos os professores. Ensinaram-me tanto e sou grato a cada um deles.

                 O ano passava e nos tornamos, segundo os professores, a melhor turma de toda a escola, que foda isso! Porém, dois anos depois, especificamente na 7° série e basicamente a mesma turma, nos tornávamos a pior turma de toda a escola, faz parte isso! (kkkkkkkk...)

                Se não me engano, ainda na 5° série, a atual diretora largou o cargo e teríamos as eleições para diretora, minha primeira eleição, estava em minhas mãos a escolha. Nossa professora de ciências, Marizalva, se candidatou e acabou vencendo, se tornando desde então a direto da escola Creusa de Freitas Cavalcanti. Um ano a frente na 6° série eu, César, Rildo e mais alguns alunos estávamos entrando no mundo da música, a professora, agora diretora, Marizalva tinha uma banda a ‘Sucata com Leite’, foram bons momentos que passamos atrás dos triângulos enferrujados e dos demais instrumentos feitos de sucata, passamos um ano e alguns meses, até sermos substituídos por outros alunos mais jovens, tocávamos clássicos de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, nosso conterrâneo, o macaparanense Rosil Cavalcante, entre outros.  

                Passavam os anos e nos engajamos em quase todos os projetos da escola... Lixo, para que te quero?, grupo de teatro, cover de RBD, gincanas, torneio de interclasse, palestras, eventos fora da escola, e tantas outras coisas. A saga acabou na 8° série, que julgo ser o melhor ano de escola e faculdade de toda minha vida, quando saímos do Ensino Fundamental para irmos até o Ensino Médio, mas essa é uma outra história, contada em outro momento da minha vida.

Foto: Instagram @macaparanalovers

                Foram quatro anos na escola Creusa de Freitas Cavalcanti e de lá saíram uma gigantesca gama de amizades que levo até hoje, sem citar esses nomes queria dizer ‘Obrigado por tudo, vocês fizeram parte de uma das melhores fases da minha vida!’

                Depois de alguns anos eu entendi o quanto tudo aquilo era bom, não existia preocupação, ou melhor, a preocupação era brincar, estudar, e por que não, bangunçar? São momentos que nunca voltarão, são amigos que nos marcaram e nos fazem recordar de tantas coisas boas e que são guardados no mais profundo do coração. São professores que nos ensinaram a base do que somos hoje, sou grato a tudo que vivi com todos eles.

                E professores que se foram para sempre, que nos ensinaram muito e que vivemos momentos ímpares...



Assim, acabou sua jornada, vá em paz professora Marizalva Dias.
 Hora de descansar, as lembranças nos restaram.

In memory de Marizalva Dias
✝ 24/01/2017

R.I.P.


(Carlos F. Jr.)