¡Chespirito por siempre!

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quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Faz parte sentir saudade...

              
Foto: Instagram @macaparanalovers

                      Tic... Tic... Tic... Tic... Tocavam os ponteiros do relógio lá na sala, em uma madrugada silenciosa, naquela casa na Avenida Cinquentenário. Ansioso para o outro dia, eu não conseguia pregar os olhos por mais que alguns minutos, dormia e acordava todo o tempo. No segundo quarto dormiam minha irmã do meio e eu; no último, minha irmã mais velha e no primeiro, minha mãe e meu padrasto.

             Algumas horas mais a frente, minha mãe me balançava, depois daquela noite ruim, ‘acorda Júnior, olha a hora de ir para escola.’ Depois das férias, era o dia de voltar as aulas. Já havia comprado o material escolar, naquela época era a melhor coisa do mundo, comprar o material, sentir o cheiro dos lápis, caderno, mochila, caneta, borracha todos novos. Mas dessa vez, isso não era o que me deixava mais empolgado, e sim, o fato de que iríamos para a escola nova. Depois de quatro anos na escola Maria Emília Cavalcanti de Melo, eu iria para a escola dos sonhos, todos desejavam estar lá, eu desejava. A escola Creusa de Freitas Cavalcanti.

               Dei um salto da cama animado com essa novidade, tomei meu café da manhã, pão francês com ovo e um copo de café. Tomei banho, escovei os dentes e me arrumei, coloquei a mochila nas costas e fui ao novo horizonte. 'Bença, mainha', eu falei sorridente. 'Deus te abençoe, meu filho', minha mãe respondeu me dando um beijo na testa. Era bonito de se ver, as ruas de Macaparana cheias de estudantes indo para o primeiro dia de aula. Se não me engano, naquele tempo, nós escolhíamos a turma que iríamos fazer parte, e eu estava feliz por meu melhor amigo, César, ficaria na mesma sala que eu, nos conhecemos na 3° série, lá na escola Maria Emília Cavalcanti de Melo e de lá até hoje somos bons amigos, nossa professora era tia Rosilene, que mais a frente na 6° série, iria nos ensinar ciências na nova escola.

               Nossa turma seria a 5° série A, era a primeira sala da escola, ao lado da diretoria. Que escola linda, estávamos felizes pra caramba. Não me recordo ao certo todos da sala, era muita gente, mas tinham além de César e eu, Cinthia, Priscila, Ailton, Camila, Thaysla, Karol, Jessica, Josinaldo, Givanildo, Glaucea, Claudemir, ah caramba, era muita gente mesmo. Outro bom amigo meu, ficou na sala ao lado, 5° série B, Rildo era seu nome, meu vizinho e um amigo inseparável, quando digo que éramos inseparáveis, éramos mesmo, nascemos até no mesmo dia. Alguns dias depois, com ajuda de sua mãe, que era professora de lá, ele acabou mudando de turma e vindo para nossa sala.

                Conhecemos de um a um os professores, difícil lembrar todos eles, mas alguns lembro com dificuldade. Auxiliadora, era nossa professora de português, ela era bem baixinha; Marizalva, era professora de ciências, marcante por sua voz fina e esganiçada; Jacira, era professora de geografia, uma das professoras mais chatas de toda minha vida acadêmica, mas uma das que tenho maior carinho e até hoje quando a encontro falo sorridente, professores assim marcam; tinha a professora de inglês também, que não me recordo seu nome, começava com "E". Até a quarta série era um único professor que ministrava todas as aulas, na nova escola, era um professor para cada disciplina, por tanto, eram muitos os professores. Ensinaram-me tanto e sou grato a cada um deles.

                 O ano passava e nos tornamos, segundo os professores, a melhor turma de toda a escola, que foda isso! Porém, dois anos depois, especificamente na 7° série e basicamente a mesma turma, nos tornávamos a pior turma de toda a escola, faz parte isso! (kkkkkkkk...)

                Se não me engano, ainda na 5° série, a atual diretora largou o cargo e teríamos as eleições para diretora, minha primeira eleição, estava em minhas mãos a escolha. Nossa professora de ciências, Marizalva, se candidatou e acabou vencendo, se tornando desde então a direto da escola Creusa de Freitas Cavalcanti. Um ano a frente na 6° série eu, César, Rildo e mais alguns alunos estávamos entrando no mundo da música, a professora, agora diretora, Marizalva tinha uma banda a ‘Sucata com Leite’, foram bons momentos que passamos atrás dos triângulos enferrujados e dos demais instrumentos feitos de sucata, passamos um ano e alguns meses, até sermos substituídos por outros alunos mais jovens, tocávamos clássicos de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, nosso conterrâneo, o macaparanense Rosil Cavalcante, entre outros.  

                Passavam os anos e nos engajamos em quase todos os projetos da escola... Lixo, para que te quero?, grupo de teatro, cover de RBD, gincanas, torneio de interclasse, palestras, eventos fora da escola, e tantas outras coisas. A saga acabou na 8° série, que julgo ser o melhor ano de escola e faculdade de toda minha vida, quando saímos do Ensino Fundamental para irmos até o Ensino Médio, mas essa é uma outra história, contada em outro momento da minha vida.

Foto: Instagram @macaparanalovers

                Foram quatro anos na escola Creusa de Freitas Cavalcanti e de lá saíram uma gigantesca gama de amizades que levo até hoje, sem citar esses nomes queria dizer ‘Obrigado por tudo, vocês fizeram parte de uma das melhores fases da minha vida!’

                Depois de alguns anos eu entendi o quanto tudo aquilo era bom, não existia preocupação, ou melhor, a preocupação era brincar, estudar, e por que não, bangunçar? São momentos que nunca voltarão, são amigos que nos marcaram e nos fazem recordar de tantas coisas boas e que são guardados no mais profundo do coração. São professores que nos ensinaram a base do que somos hoje, sou grato a tudo que vivi com todos eles.

                E professores que se foram para sempre, que nos ensinaram muito e que vivemos momentos ímpares...



Assim, acabou sua jornada, vá em paz professora Marizalva Dias.
 Hora de descansar, as lembranças nos restaram.

In memory de Marizalva Dias
✝ 24/01/2017

R.I.P.


(Carlos F. Jr.)