¡Chespirito por siempre!

¡Chespirito por siempre!

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Polidoro, DXC

Era uma noite de domingo chuvosa, a tempo que não via a pequena Recife daquele jeito, mais exatamente nove de julho de 1917. Eu acabara de chegar de viagem e convidei-a para sair. Ela estava um tanto descontente comigo, há exatamente uma semana desonrei um convite que a mesma havia feito a mim. Todavia, como uma perfeita dama, ela aceitou meu convite, ainda meio enfurecida. Uma rua pouco clara, cheia de água por conta da forte chuva, mas que habitava um dos melhores restaurantes da cidade. Minha carruagem foi mais rápida que suas pequenas pernas e cheguei primeiro, aguardei por uns minutos, um pouco ansioso, confesso, havia tempo que não a via. Estava sentado quando ela chegou, levantei-me como um bom cavalheiro e a cumprimentei. Havia esquecido de quanto sua companhia era agradável, mas ela era uma pessoa rude, isso era notável. Muitas e muitas vezes ela fazia uso de palavras mordazes, porém nada me incomodava, pelo contrario, era fascinante. Conseguimos ficar quase trinta minutos sem brigar, já eu não conseguia parar de cortejá-la por um minuto. Depois de algumas horas de conversa e um bom jantar, ofereci-me para acompanhá-la até sua casa, com seu jeito rude, ela aceitou. Antes de subirmos na carruagem, como um bom cavalheiro, fiz duas tentativas de beijá-la, ela por sua vez, recuou. Na terceira tentativa, fui mais ousado e agarrei-a pela cintura e puxei seu corpo com jeito, percebi que ela queria também, porém sem entender muito, mais uma vez, recuou. Seus olhos me diziam que sim, mas seu corpo disse não. Fomos então, até sua casa, perto de lá minha carruagem quebrou, não tinha como voltar, e não queria insistir em tê-la naquela noite. Assim, pedi que ela me emprestasse sua carruagem e ela o fez. Dei-lhe um forte abraço e fui embora, não houve mais nenhuma tentativa. Naquele último abraço, em meu ouvido baixinho ela revelou sua vontade de beijar-me, mas que não era o momento ainda. Apenas sorri. Uma perfeita dama, mesmo sendo rude e mordaz muitas vezes, com sua serenidade. Descobri naquela noite que para tudo existe a hora, o dia e o lugar. Fui para casa e dormi ouvindo a chuva cair. (Carlos F. Jr.)

quinta-feira, 6 de julho de 2017

I wanted




Eu queria estar no inverno rigoroso em algum lugar desse mundo que fizesse bastante frio. Com a chuva ou neve caindo lá fora. Eu sentado em frente a lareira tomando umas canecas de vinho, no fundo uma música baixinha só para completar o clima agradável. Seus filhos, meus filhos ou nossos filhos no quarto brincando ou estudando, fazendo silêncio ou barulho, isso não importa. E você... Ah, você! Você eu queria toda agasalhada e, mesmo assim, morrendo de frio me implorando pra te esquentar. É pedir ou sonhar muito? (Carlos F. Jr.)