"Era uma vez um moço e uma moça
que moravam em um lugarzinho lá longe. Era 31 de dezembro, perto do meio dia,
um dia bastante ensolarado, tudo estava tranqüilo. Sem um motivo aparente, o
chão começou a tremer muito forte; o céu começou a ficar cinza, como se fosse
chover muito forte; as pessoas corriam desesperadas pelas ruas da cidade; os
animais estavam agitados e desnorteados. Tudo um desastre. O moço logo saiu ao
encontro da moça, ele deixou tudo pra trás, parecia um corredor, quanto mais
corria, mais cansava, estava muito distante ainda. Ele só queria ver a moça
antes do fim. A cidade estava um desastre, ele não se importava, não parava de
correr, nem olhava para trás. Ele viu que não iria conseguir, então teve uma ideia,
último pedido, fechou bem os olhos e pediu a Deus um par de asas, ele queria
voar até onde estava a moça. Foi atendido, as asas foram saindo em suas costas,
ele então as bateu e começou a voar, um voo meio desordenado, mas chegou até seu
destino rapidamente, quando aterrissou as asas foram sumindo aos poucos. Ele
entrou na casa da moça, ela estava bastante assustada, então ele a agarrou e
lhe deu um beijo bem intenso e demorado, como se não houvesse o amanhã, e de
fato, não haveria. Quando terminou aquele beijo, suspirou fundo como um alívio
e disse: vai mundão, agora pode acabar!" (Carlos F. Jr.)
Obs: Texto inspirado na música 'PAR DE ASAS' (Bruno Caliman/Felipe Duran), interpretado por Marcos e Beluti.